as 10 Competências BNCC em cada aula

Script para aplicar todas as 10 competências da BNCC em cada aula

Conforme está definido no documento da BNCC

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). 

Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.

Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

Ao definir essas competências, a BNCC reconhece que a “educação deve afirmar valores e estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e, também, voltada para a preservação da natureza” (BRASIL, 2013), mostrando-se também alinhada à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

É imprescindível destacar que as competências gerais da Educação Básica, apresentadas a seguir, inter-relacionam-se e desdobram-se no tratamento didático proposto para as três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), articulando-se na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB.

1 – Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade:

Na sua aula ao apresentar um novo elemento para seus alunos, mostre como esse elemento foi aplicado com sucesso ao longo do tempo e os benefícios que este conhecimento trouxe para quem o descobriu e para todos os que o utilizaram.

Você deve apresentar o fato por meio de uma pequena história, isto fará com que seus alunos prestem atenção e recebam melhor as informações.

continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Incentive seus alunos a reconhecerem (por meio de pesquisas) os benefícios que o conhecimento apresentado ainda gera na atualidade e, ainda, buscarem associar esses benefícios a alguma ação no cotidiano de sua família.

Peça-os para listarem ao menos um benefício que esse conhecimento trouxe para todas as categorias de grupos sociais que conhece.

2 – Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

Todo conhecimento já construído e consolidado, possuiu o propósito de resolver algum problema da sociedade.

Proponha exercícios em que os alunos precisem pesquisar um pouco mais à fundo como esse conhecimento foi construído e como ele interage com outros conhecimentos de outras áreas/componentes.

Proponha o script

1 – Qual foi o problema que originou a solução que hoje é apresentada por meio desse conhecimento?

2 – Faça uma reflexão se o problema original era realmente um problema de qualquer pessoa/sociedade ou apenas de um grupo específico.

3 – Qual foi o real benefício gerado para a sociedade com a aplicação da solução encontrada? É contínuo, isto é, sempre será uma solução aplicável ou em algum momento pode não funcionar mais?

4 – Essa solução apresentada por meio do atual conhecimento pode ser expressa de outra forma? O problema original pode ser resolvido utilizando-se outros métodos?

5 – Anote tudo o que foi levantado e pensado. Explique cada conceito descrevendo o que se pensou e o que se investigou para chegar a esse conhecimento e porque acha que pode ou não funcionar.

3 – Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

Proponha para os alunos fazerem uma pesquisa de como esse conhecimento é aplicado na sociedade em que vivem e em outras distantes (outro país por exemplo).

Depois de verem se o conhecimento é aplicado de forma diferente, busquem fazer uma associação entre as formas e anotar o que realmente têm de diferente e se é possível experimentar essa outra forma na própria realidade.

O que pode ser aplicado no próprio dia a dia colhido da nova experiência?

4 – Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Proponha para os alunos apresentarem pelo menos duas formas diferentes de entregar os trabalhos. Exemplo: Se o trabalho entregue foi um relatório digitado ou um exercício resolvido em uma folha de papel, peça-os para entregarem o mesmo exercício por meio de uma apresentação encenada (um mini teatro) ou gravado em vídeo com o próprio celular e enviado por meio de formulário (criado em sua estrutura própria).

Após ter as habilidades mais fortes de seus alunos levantadas e anotadas, por meio de avaliações diagnósticas que você mesmo criou com pesquisas (em sua própria estrutura), você pode sugerir exercícios personalizados para cada aluno, levando em conta suas principais afinidades, por exemplo:

1 – Oratória: Pode ser sugerido uma palestra para os alunos que gostam de se expressarem mais por meio da fala;

2 –Mini teatro: Para os alunos que possuem como ponto forte a habilidade motora;

3 – Dissertação: Para os alunos que gostam de escrever;

4 – Uma música: para os alunos que gostam de cantar, compor ou tocar instrumentos musicais;

5 – Desenhos: Para os alunos que gostam de desenhar;

E assim você, professor, pode sugerir que seus alunos sempre entreguem os trabalhos em pelo menos duas formas: A que mais gostam e uma que não gostem tanto assim (mas que não lhes gere grande desconforto). Explicando: Caso um aluno seja muito tímido, não é bom força-lo a entregar um trabalho em que tenha que se expor para toda a turma. Essa habilidade deve ser trabalhada aos poucos.

5 – Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

Precisamos ensinar os alunos a utilizarem as tecnologias que possuem de forma mais inteligente. Por maior dificuldade que apresentem alguns alunos, praticamente todos, após uma certa idade já possuem ou pelo menos utilizam celulares para navegar na internet. Precisamos guia-los e instruí-los para usarem, essa e qualquer outra ferramenta digital, de maneira produtiva.

Nesse contexto é válida a experiência de criarem grupos em redes sociais para discutirem e postarem temas relacionados ao que estão aprendendo, sendo o professor (ou alguém escolhido por ele) moderador desses grupos de discursão. Podem ser grupos no Facebook, comentários em posts no Instagram, grupos de WhatsApp, etc.

É importante ensinar aos alunos o propósito real da internet na educação: pesquisa e agregação de conhecimento.

Devem utilizar os recursos digitais para pesquisar como resolver problemas e como criar mecanismos de auxiliem no dia a dia como, por exemplo, criar planilhas que ajudem a controlar o orçamento familiar; encontrar na internet e criar documentos com receitas saudáveis de alimentação; etc.

Encontrar assuntos relacionados aos temas aprendidos na sala de aula (remota ou presencial), que deem insights de como poderão usar o que aprenderam em uma possível profissão ou na possibilidade da construção de um empreendimento.

Como exercício, o professor pode solicitar aos alunos que entreguem seus trabalhos em algum meio digital, confeccionando o material com textos, imagens, sons, apresentações, vídeos, etc.

E ainda dentro do trabalho, devem explicar a ferramenta que utilizaram e o porquê. Podem ainda descrever um passo a passo do uso das ferramentas.

6 – Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 

Para valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, os alunos podem usar como referência gerações distintas na resolução de problemas, isto é, ao se passar um exercício, o professor pode solicitar ao aluno que pergunte a seus avós como isso era resolvido na época de escola deles ou se não havia esse conteúdo.

Podem ver também com pais (ou responsáveis) como era esse mesmo processo. Podem ver como estudantes mais velhos, e outros mais novos, trabalham com o mesmo processo.

Enfim, ver como foi a vivência de várias gerações com o mesmo conteúdo sendo estudado.

Se possível também, verificar o mesmo processo com pessoas de outras culturas, outras segmentações sociais e qualquer diversidade cultural a que tenham acesso.

Ao final do exercício, devem fazer um relato de como foi a experiência e no que difere de como está sendo estudado agora.

Devem anotar o que aprenderam de novo e diferente, e o que pode ser implementado no dia a dia como melhoria ou o que podem sugerir para melhorar a vida dos outros em relação à forma de como esse conteúdo é utilizado na vida de cada um.

7 – Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,

É preciso ensinar aos alunos a pesquisarem de forma adequada na internet (e em outros meios de consulta) checando a origem da fonte de conhecimento, a veracidade do fato, e o embasamento sólido e volumoso da informação consultada.

Para construírem seu próprio conhecimento eles precisam colher informações, conceitos e visões de experts no assunto, correlacioná-los a fatos orgânicos naturais para então ter propriedade e construir uma opinião própria levando em consideração conceitos já adquiridos anteriormente e o auto senso do que lhe parece certo.

negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta

Aprendendo a basear a construção do seu próprio conhecimento em fatos e informações lógicas e correlacionáveis, o aluno estará apto (cada vez mais) a defender seu ponto de vista com argumentações sólidas e racionais.

É importante introduzir também no ensino-aprendizado desses alunos o conceito de empatia, consciências socioambientais e ética, para que eles embasem seus conceitos e teorias no bem comum da humanidade, e da sociedade em que vivem, incluindo especialmente o meio ambiente.

Quando o aluno formular sua própria opinião sobre algum conteúdo é preciso guiá-lo sempre às perguntas:

1 – Isto fará bem para mim e para os outros, da maneira que entendo?

2 – Será que existem outras maneiras de se entender o mesmo conceito?

8 – Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

O aluno precisa entender que ele é especial e merecedor de tudo o que de bom pode lhe acontecer e, que para isso, ele precise fazer a parte dele, cuidando de sua saúde física e emocional; fazendo exercícios; comendo bem e assistindo apenas o que vai lhe fazer algum bem.

Ele precisa entender que todos temos emoções e que vamos agir impulsionados por elas, logo, é preciso treinar o autocontrole para evitar agir por impulso da raiva contra os outros e contra si mesmo.

Ele deve entender que agir de maneira errada com as outras pessoas, vai causar sequelas que não terão retorno.

9 – Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

Como nesses trabalhos os alunos vão interagir com pessoas diferentes, é preciso instruí-los a interagirem sempre utilizando as etiquetas de boa conduta e empatia. É preciso passar aos alunos o script de abordagem e interação:

1 – Sempre que for pedir ajuda ou informação, iniciar com: por favor.

2 – Sempre que obter (ou mesmo que não obtenha) o desejado da pessoa, dizer: Obrigado.

3 – Cuidar com relação ao tom de voz.

4 – Evitar comentários ofensivos sobre aparência física.

5 – Buscar sempre dialogar e na alteração desacerbada do outro, se afastar e praticar o silêncio (se possível).

6 – Procurar a todo momento refletir sobre as diferenças e se perguntar se existe um certo ou errado só porque é diferente.

7 – Procurar a todo momento um caminho que seja de bom grado para todos ou que todos tenham que fazer concessões similares para o bem comum.

8 – Evitar impor opiniões e não se submeter passivamente às opiniões agressivas dos outros. Ambos os extremos prejudicam na formação crítica e consciente do indivíduo.

10 – Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Praticar as habilidades de líder e trabalho em equipe.

Nos exercícios o professor pode estimular os alunos a construírem em grupo alguma atividade onde eles precisem definir papeis e ações de cada um. Podem eleger um líder do projeto, sendo que os demais podem votar por sua permanência ou não dependendo de suas ações.

Cada aluno precisa saber o seu papel no grupo e suas responsabilidades.

Precisa saber expressar sua opinião, porém ouvir com atenção a opinião dos outros, e aceitar mudar sua linha de raciocínio se a opinião alheia for melhor argumentada.

O aluno precisa entender que dificuldades vão aparecer e que as vezes pode parecer que não vai conseguir aprender ou resolver uma questão, porém, é preciso continuar tentando e se esforçando mais, pois logo conseguirá.

O aluno precisa refletir que em cada decisão que tomar ele não pode ser o único beneficiado, todos precisam se beneficiar e ninguém deve ficar prejudicado por má fé.

O aluno precisa entender que no mundo existem muitas diversidades de pessoas e condições, e que todas fazem parte do mesmo mundo, logo, é preciso respeitar para ser respeitado.

Script passo a passo para aplicar as competências da BNCC em cada aula sua.

Primeiro devemos entender o estágio de cada aluno. A maioria dos passos são aplicados a qualquer idade, porém, os atos mais reflexivos são para os alunos que já conseguem trabalhar com certo grau da consciência a ponto de compreender conceitos.

O professor deve adaptar o linguajar conforme a faixa etária que trabalha.

1 – O professor introduz o tema da aula

            Apresenta uma pequena história desse tema/conhecimento ao longo do tempo e os benefícios que trouxe para a humanidade.

            Pede para o aluno encontrar uma situação no seu dia a dia ou de seus próximos onde esse conhecimento também já foi aplicado.

2 – O aluno precisa pesquisar em que outras áreas esse conhecimento já foi aplicado (o professor dá dicas de pesquisa).

            O aluno deve pesquisar onde problemas foram resolvidos com esse conhecimento ou onde processos foram melhorados.

            O aluno é incentivado a utilizar esse conhecimento em algum problema que ele tenha conhecimento, e ver se é possível utilizá-lo ou não registrando sua experiência.

            O aluno deve ver se é possível aplicar esse conhecimento de maneiras diferentes na mesma área ou em áreas diferentes.

            O aluno deve anotar todas as fontes em que buscou o conhecimento e verificou se era fato confirmado.

3 – O aluno apresenta os resultados obtidos em pelo menos dois formatos diferentes:

  • Debate ou palestra;
  • Texto;
  • Teatro ou dança;
  • Canção;
  • Apresentação digital ou vídeo;
  • O professor pode sugerir mais formatos.

4 – Cidadania

O aluno deve apresentar uma reflexão demonstrando o que aprendeu e como o que aprendeu pode contribuir para a melhoria do ambiente em que vive, e até como melhoria da vida no planeta.

5 – O professor promove algum questionamento sobre o trabalho do aluno

            O aluno precisa defender seu ponto de vista apresentando argumentos e fatos que corroboram seu ponto de vista.

6 – Auto reflexão

            Junto à entrega do trabalho, o aluno precisa entregar um relatório explicando:

            Os sentimentos que teve durante o processo e como lidou com eles, tais como: medo, raiva, ansiedade, euforia, alegria, etc.

            Precisa dizer como foi executar o trabalho e como foi trabalhar em equipe (quando for o caso) e o que fez para que houvesse sinergia no grupo.

Finalizando

Elaborando-se matérias e exercícios baseados na aplicabilidade dos conceitos relatados ao longo deste documento, procura-se despertar o senso crítico racional e proativo nos alunos, acentuando a nova visão do ensino-aprendizagem em que o aluno deve ser auto protagonista de sua jornada educacional.

Alinhada a essa expectativa está também o desejo que o aluno desperte também seu senso ético e colaborativo, para que se torne um cidadão de bem, além de produtivo.

Essas habilidades dificilmente poderão ser introduzidas em aulas expositivas e conteudista, já que não há como se configurar uma sequência didática projetada em entregas significativas por parte dos alunos.

Para que esse script funcione como proposto, o professor precisa basear suas aulas na modalidade de aprendizagem por projetos, onde o aluno realmente terá que confeccionar projetos que demonstrem o real sentido de um conceito aprendido em projetos alinhados com sua realidade.

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