Recuperação escolar? Que tal repensar esta estratégia pedagógica?

Recuperação escolar? Que tal repensar esta estratégia pedagógica?

O processo de aprendizado é diferente para cada aluno. Alguns podem levar mais tempo para aprender determinado conteúdo que outros. Isso no modelo antigo de aprendizagem, aquele em que o professor é mero passador de conteúdo e os alunos apenas ouvintes passivos, representava um problema para a condução da aula já que todos precisavam seguir no mesmo tempo e ambiente.

Felizmente esse cenário mudou (e se ainda não mudou está atrasado). Hoje as metodologias ativas e o protagonismo do aluno assumem o papel de destaque, onde cada estudante deve aprender no seu tempo e de acordo com suas melhores habilidades, para que o processo escolar de aprendizagem cumpra seu papel de conduzir os alunos na jornada da construção do conhecimento.

A realidade

Todo estudante, em algum momento, vai apresentar dúvidas que nem sempre serão sanadas na mesma aula. Isso faz parte do processo de aprendizagem. É preciso então incorporar essa realidade e traçar estratégias pedagógicas que personalizem o modelo de ensino-aprendizagem para cada aluno e não realize a ação pejorativa de dar aulas de reforço para os alunos implicando que estes têm desempenho fraco.

Então é preciso rever este conceito de recuperação escolar, já que a recuperação neste molde é, de uma forma pejorativa, o processo de dar reforço no aprendizado para os alunos que não conseguiram aprender o conteúdo no tempo determinado como comum para sala, pois, como já foi tido e comprovado, cada estudante aprende em um tempo diferente.

Os professores sabem que a classe não responde de forma homogênea à apresentação de um conteúdo de estudo e que nem todos compreendem usando as mesmas estratégias cognitivas, logo é preciso repensar e reformular as estratégias pedagógicas de ensino para conseguir construir trilhas que sejam adaptadas para os modelos de aprendizagem de cada aluno.

Tipos de recuperação escolar?

A recuperação deve ser entendida apenas como uma parte de um processo de ensino e deve respeitar a diversidade e características de cada aluno.

A recuperação escolar não pode, de modo algum, ser percebida como uma atividade de caráter punitivo ou que deprecie as habilidades do estudante (embora seja exatamente assim que ocorre hoje).

O processo de recuperação segue hoje dois padrões:

Contínua

Essa modalidade é aplicada com exercícios e explicações extras durante o período de aula para os alunos que apresentam alguma dificuldade específica no conteúdo.

Paralela

Nesse caso, a recuperação é feita ao final de cada ciclo escolar. Ela ocorre por conta de resultados ruins nas atividades desenvolvidas no período, sendo uma alternativa para evitar a reprovação.

Pontos importantes a serem considerados

Se este processo de reforço educacional for tratado como recuperação, existem pontos que precisam ser considerados na hora de traçar uma estratégia.

Evitar a desmotivação

Ao entrar em um processo de recuperação escolar, é natural que o aluno se sinta desmotivado e tenha sua confiança enfraquecida. Portanto, é essencial encontrar meios de mostrar ao estudante que este processo não é porque ele tem pouca capacidade de aprender determinado conteúdo ou que ele é inferior aos colegas que aprenderam. De fato, não é isso.

Aplicar exercícios e provas assertivos

Mais exercícios durante o período letivo ou após ele não é sinal de melhor aproveitamento do aluno. É importante perceber se o modelo de aprendizado está alinhado com o melhor modelo de aprendizado dele.

É preciso entender

Cada pessoa é única e cada alunos tem seu próprio tempo e modo de aprender. É importante conhecer os modelos de aprendizados para traçar o melhor caminho de ensino para cada estudante.

Se um estudante não está seguindo o mesmo ritmo da maioria, o professor precisa encontrar e utilizar os pontos fortes e aptidões que ele tem para adaptar o conteúdo a ser aprendido dentro destas características.

 Utilizando as metodologias ativas e a tecnologia, o professor consegue personalizar o modelo de aprendizagem de cada estudante sem demandar muito esforço extra.

Então, ao invés de pensar em recuperação, o professor pode estruturar sua jornada de ensino-aprendizagem de modo que o aluno possa aprender no seu tempo sem prejudicar o desempenho da turma. É aí que entram as metodologias ativas e a criação de trilhas personalizadas de ensino utilizando-se da tecnologia e da internet.

A gamificação é uma excelente metodologia que engaja e desperta o interesse do aluno em aprender. É uma boa ideia gamificar suas aulas desde o início para criar a sensação de continuidade, onde o aluno se sente dentro de um jogo em que vai passando de fase à medida que vai aprendendo consistentemente o conteúdo.

Dentro das trilhas educacionais, o professor pode (e deve) implementar e adaptar todas as demais metodologias ativas para personalizar o aprendizado individual do aluno ao mesmo tempo que o faz colaborar com o restante da turma, isto certamente irá potencializar o aprendizado de todos.

Para ajudar no processo de construção de seu conteúdo é preciso ter em mente:

  • Quais exercícios são possíveis de aplicar continuamente dentro do período escolar para ir identificando as dificuldades de cada aluno?

Avaliações diagnósticas nesse caso são as mais adequadas juntamente com o feedback pessoal de cada aluno.

  • Quais estratégias já adotadas foram eficazes e quais é preciso investir mais dedicação para melhoria?

Após conhecer as forças e fraquezas de seus alunos e aplicar alguma estratégia de ensino, você consegue mapear as estruturas que funcionaram e as que precisam ser revista.

  • Que ações podem ajudar os alunos na retomada de conteúdo? Quantas atividades extras seriam ideias? Quais os modelos mais assertivos?

Conclusão

Sabermos que organizar provas e exercícios extras é muito trabalhoso e, muitas vezes, os alunos nem vão recuperar suas notas com essas atividades. Por isso, é importante se dedicar na construção de um modelo de aula em que o conteúdo possa ser personalizado para o aluno.

Além disso, o professor precisa fazer uso das ferramentas digitais que otimizam e automatizam as tarefas rotineiras dos professores. Somente com o uso adequado da tecnologia é que o professor poderá melhorar suas aulas e economizar tempo na criação do conteúdo.

Logo, é de suma importância fazer bom uso de novas estratégias pedagógicas que utilizam as metodologias ativas.

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