Modelos de Aprendizagem

Modelos de aprendizagem – Tipos de aprendizagem

Para conseguir o melhor de seus alunos, é preciso ajustar o conteúdo à capacidade de aprendizagem de cada um e, para isso, precisamos compreender e mapear como cada cérebro aprende.

O processo de aprendizagem vai muito além da mera ação de memorização para repetição futura. O aprendizado requer associação da nova informação com informações já assimiladas e a ressignificação para a realidade de quem está aprendendo.

É missão do professor é apresentar o novo conhecimento com exemplos familiares e de fácil compreensão ao aluno para que, assim, os conteúdos sejam bem assimilados. E o professor deve dar condições para que o aluno construa sentido válido para si sobre o que está aprendendo.

Um grande dificultador do aprendizado é a explicação da matéria sem um contexto. O conteúdo básico ensinado nas escolas deve, de algum modo, estar de acordo com as vivências dos alunos para que seja efetivo.

Para compreender melhor esse processo e traçar uma estratégia que engaje os alunos no aprendizado precisamos, primeiramente, compreender alguns conceitos importantes:

Nosso cérebro

Defini-lo em poucas palavras não é tarefa simples, então, precisamos compreender parte do seu funcionamento de modo a utilizarmos essa compreensão em benefício do aprendizado dos alunos.

O Cérebro aprende os diferentes conteúdos usando como entrada de informação regiões diferenciadas, com isso, como cada indivíduo normalmente tem certas áreas do cérebro predominantemente mais ativas, então, cada aluno pode reagir de uma maneira peculiar ou similar ao novo conteúdo apresentado.

Hemisférios

Nosso cérebro tem a divisão em dois grandes hemisférios:

O hemisfério esquerdo Classificado por ser o lado da lógica.

O hemisfério direito Classificado por ser o lado da emoção.

No geral, conforme o domínio do hemisfério temos pessoas mais emotivas ou pessoas mais racionais.

O Corpo caloso conecta os dois hemisférios. Sua principal função é fazer com que os dois hemisférios funcionem harmonicamente.

Então precisamos traçar metas de aprendizado que envolvam ações que geram emoções e a necessidade de aplicação lógica, assim estaremos contribuindo para um aprendizado que faz o cérebro trabalhar por inteiro de maneira intencional.

O cérebro trino

O cérebro reptiliano: Ou cérebro basal é a área do cérebro está localizada próxima a base superior do seu pescoço, unido à medula espinhal. Possui esse nome por ser semelhante ao cérebro dos repteis. Responsável pelo instinto de sobrevivência e sensações primárias como fome, sede, etc.

Cérebro Límbico: Localizado no centro do cérebro. É semelhante à de alguns outros mamíferos. Responsável principalmente pelas emoções, sexualidade e coordenação das atividades sociais. Essa área tem uma grande influência sobre a memória.

O Cérebro Racional: Parte superior do cérebro. Responsável pelo pensamento abstrato. Controla as atividades que realizamos no dia a dia como: decidir o que ver, filtrar o que ouvir, falar o que está pensando e criar coisas. No geral, é dividido em quatro Lóbulos macros:

Frontal: É a parte que trabalha a partir do pensamento consciente, regula a memória funcional, a linguagem e controla os movimentos voluntários.

Temporal: Responsável por perceber e reconhecer os estímulos auditivos.

Occiptal: Processa a informação dos dados visuais.


Parietal: É a parte responsável pela sensibilidade geral além de regular os dados recebidos a partir do sentido do tato.

Apesar de todas essas divisões classificatórias, a informação que entra no cérebro percorre por todo ele por meio das ligações sinápticas. Assim, para que o aprendizado tenha grande aceitação no aluno, quanto mais pudermos associar técnicas que interagem com essas partes do cérebro mais teremos a atenção do educando.

Funções Principais (trabalhando com informações)

De acordo com Tony Buzan as maiores funções do cérebro são:

Recepção: O cérebro recebe informação pelos seus sentidos.

Armazenamento: O cérebro retém e armazena informação e consegue acessá-la em larga escala.

Analise: Seu cérebro reconhece padrões e organiza informações de modo que façam sentido.

Saída: Seu cérebro “libera” informações de diferentes formas seja pensando, falando, desenhando, movimentado e todas as outras formas de criatividade.

No processo de aprendizado tempos que dar ênfase na forma em que os alunos vão receber a informação e ajuda-los no processo de armazenamento e análise.

Neuroplasticidade

O Cérebro está em atividade 24 horas por dia e não para de aprender e se transformar nunca. A Neuroplasticidade é o termo utilizado para essa capacidade. Antigamente os cientistas acreditavam que somente o cérebro de uma criança poderia se modificar, mas hoje já se sabe que o cérebro está se adaptando por toda a vida, criando novas células de acordo com a experiência e o aprendizado.

Isto é, quanto mais se aprende, mais o cérebro se desenvolve. Tão similar quanto a qualquer treinamento físico. No início gera-se mais esforço, porém, com o treinamento contínuo, ao passar de algum tempo torna-se natural e fácil executar as mesmas tarefas.

Por isso, qualquer aluno (que não tenha problemas limitantes comprovados) pode aprender qualquer conteúdo. Precisamos apenas encontrar a forma de repassar o conhecimento de modo que faça sentido para ele.

Inteligências

Esse é um termo sempre muito debatido. Sempre haverá muitos pontos de vista de pesquisadores diversos. No entanto, atualmente é aceito o conceito de multiplicas inteligências.

Inteligência Linguística

É a inteligência das palavras. Quem tem essa inteligência como predominante consegue trabalhar bem com palavras e é de fácil comunicação.

Inteligência Lógico-Matemática

É a inteligência dos números. São as pessoas que conseguem realizar os raciocínios lógicos com maior facilidade e, normalmente, enxergam padrões em praticamente tudo.

Inteligência Espacial Visual

É a inteligência espacial. Quem a tem mais desenvolvida possui a facilidade de perceber o mundo exterior e consegue o traduzir por meio da arte dos desenhos (arte, desenhos arquitetônicos, etc.).

Inteligência corporal sinestésica

Sãos as pessoas que conseguem se expressar melhor por meio dos movimentos do corpo. Os atletas normalmente têm essa inteligência mais aguçada.

Inteligência Musical

É a inteligência dos Sons. Pessoas com essa inteligência mais acentuada possuem grande sensibilidade ao ritmo, melodia e timbre. Conseguem compor músicas e sons com facilidade.

Inteligência Interpessoal

É a inteligência social. São os indivíduos que conseguem interagir com grande facilidade com os outros e compreender como reagir às ações das outras pessoas de forma sempre mais empática.

Inteligência Intrapessoal

É a inteligência do auto entendimento.

Descobrir qual o tipo de inteligência predominante em cada aluno ajuda muito no aprendizado de cada um. 

Pirâmide de aprendizagem

Ler – 10% (metodologia passiva)

Ouvir – 20% (metodologia passiva)

Observar – 30% (metodologia passiva)

Ver e ouvir – 50% (metodologia passiva)

Debatendo com os outros 70% (metodologia ativa)

Fazer – 80% (metodologia ativa)

Ensinar aos outros – 95% (metodologia ativa)

Segundo William Glasser (criador da teoria) as metodologias passivas trazem menos resultados que as metodologias ativas. Por isso, é sempre bom fazer com que o aluno se interesse pelo aprendizado e se engaje nas atividades. Quanto mais ação e movimento por parte deles, maior a possibilidade de assimilação.

Memória

É ela que nos possibilita reter o conhecimento aprendido e necessário à sobrevivência.

A memorização se dá tanto pela repetição de informações quanto pela associação do novo conteúdo com algum conhecimento já desenvolvido. Esse segundo modo é muito mais eficaz.

Alguns tipos de memória

De trabalho ou de curta duração: Ficam as informações de que temos consciência no momento.

Sensorial: Registra as informações que surgem a partir dos sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar.

De longa duração: É a memória que está associada às outras em nosso cérebro. Para que ela seja formada, o cérebro precisa fazer a transição entre a memória de curta duração para a de longo prazo.

Apesar de tudo isso, o cérebro está sempre classificando e reorganizando as informações armazenadas, por isso, se não houver a manutenção do aprendizado, em algum momento ele poderá classificar essa memória como inútil e descarta-la ou fragmenta-la de modo a não conseguir recuperá-la com a integridade inicial.

Emoção

A emoção interfere no processo de retenção de informação. O professor observando as emoções dos alunos terá pistas de como eles são afetados mais diretamente e, como isso, poderá usar mecanismos que gerem as emoções adequadas para o aprendizado, pois, a motivação é um tipo de emoção.

Atenção

Para que o aluno assimile com maior eficácia o novo conhecimento é preciso que o professor, na hora da explicação, tenha a total atenção dele. E isso pode ser feito facilmente por meio dos gatilhos mentais.

Além disso, o professor deve explicar o conteúdo da forma mais simples e clara possível, utilizando exemplos que façam sentido na realidade do aluno.

O aluno deve ser ativo em suas aprendizagens, assim, cabe ao professor propor, orientar e oferecer condições para que ele exerça suas potencialidades. Logo, é essencial que o professor conheça o contexto em que vive o aluno de modo a conseguir relacionar a parte da experiência já vivida por ele com a natureza do tema a ser aprendido.

Script básico para potencializar o aprendizado

O novo conteúdo deve ter alguma ligação com o conteúdo já assimilado pelo aluno.

Utilizar de gatilhos mentais para prender a atenção dos alunos.

Tanto quanto possível, elaborar exercícios que possam ser aplicados na vida real.

Elaborar exercícios que estimulem o uso das inteligências mais desenvolvidas dos alunos.

Desafiar os alunos para criarem novas relações do novo conteúdo com experiências pessoais vividas por eles ou por pessoas próximas.

Usar técnicas que estimulem o uso do máximo de sentidos possíveis.

No geral, existem métodos pelos quais cada aluno pode aprender mais facilmente. Precisamos então apenas identifica-los e traçar uma estratégia de ensino em que consigamos adaptar o conteúdo a ser ensinado com o tipo de aprendizado facilitador do aluno.

Alguns alunos tem um aprendizado mais físico, isto é, precisam fazer alguma coisa, precisam estar em movimento para aprender melhor (a memória motora). Então é só incluir alguma atividade em que este aluno precise construir algum protótipo que seja necessário usar todo ou parte do tema que está sendo aprendido.

Outros alunos aprendem com maior facilidade no contexto visual, isto é, precisam fazer algum desenho, pintura ou outro tipo qualquer de arte para lembrar. Nesse caso, só precisamos que eles pratiquem o conteúdo ensinado de forma artísticas.

Há ainda os alunos que aprendem melhor por meio linguístico sonoro. Nesse caso, é só eles comporem alguma canção, algum tipo de som, ou associarem o novo saber à uma canção que trate de algo semelhante ou aquela que desperte bons sentimentos.

Enfim, é preciso descobrir qual a melhor maneira de ativar o interesse do aluno no conteúdo a ser aprendido usando como estratégia os aspectos que ativam sua atenção. E claro, eles precisam sentir que o que estão aprendendo lhes será útil em suas vidas.

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